domingo, fevereiro 13, 2011

Natasha.

Lembro ainda de teu olhar pálido, como prostituta de vitrine.
Chegou como quem não quer nada e sem eu me dar conta já tomava conta de cada artéria, cada espaço que antes vinha procurando por ocupação. Seu cheiro ainda permanece comigo, é doença, é vicio, é prazer necessário.
Me tirou para dançar, me preenchendo cada centímetro do peito. As luzes me cegavam, as vozes não passavam de zumbidos e com alguma certeza nada fazia tanto sentido, e qualquer esquina não era mais morada, e qualquer corpo já se tornara indigente, daqueles para se abraçar com os joelhos.
Natasha com certeza saberia me explicar esse brilho oceânico no olhar, e me daria colo.
Uma dança sem musica,  brilhos, olhares e mãos.
Puta barata, daquelas que não te deixam na mão e que você encontra em qualquer esquina, te envolve na primeira dose, te faz esquecer do mundo, rir sem pudor e quem acaba de sem maquiagem e mascaras é você.
Passaram-se dois dias e com eles ela. Mas ainda me resta ressaca moral, olhar baixo e um vazio que grita por ela.
Talvez eu saia a sua procura, talvez.

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