quarta-feira, junho 30, 2010




Quando por fim pensamos que o capitulo avançou, alguém lhe lembra que a lauda é pesada demais para ser virada em tão curta estação.
Quanto mais perfeita a entonação maior o asco de voltar, de subir e acabar no chão, não conseguindo se segurar as tantas mãos no caminho, não por falta de força, mas sim pelo asco de se segurar em mãos erradas, e errar mais um capitulo.
Minha história é escrita à longo prazo e rasurada a cada linha, tentando alterar um romance em apuros, que ontem mesmo foi enforcado a fio de nylon por minhas mãos que hoje buscam por outro par que seja dessa vez o certo.
Encontro-me aqui esperando que a tela acenda e a voz que fale seja a mesma de exatos cinco meses e 28 dias atrás, a voz que eu me recusei ouvir, por apenas não querer colocar tristeza em mais um papel, e ter que rasurar mais uma linha. Só que dessa vez rasurei todo um capitulo de felicidade.
Deixei meus livros com meus capítulos rasurados em qualquer esquina passada, e só percebi ao chegar em casa mas dessa vez sem a alma, que se esqueceu de me acompanhar e resolveu andar com a sombra, sem arriscar serem rasuradas desse capítulo.

segunda-feira, junho 21, 2010

Consta;

aqui minha falta de criatividade, outra vez.
Cair no esquecimento anda se tornando constante, o amor foi perdido, e quem mais trabalhava com nomes esqueceu até mesmo de trabalhar.
"Será que parar aqui é possível, se vejo tantas coisas quando olho para trás?"
Não são só amontoados de palavras, são sentimentos coagulados em folhas jogadas no chão, sem data, sentido e/ou frases de efeitos.
Se tinham efeito, fora desfeito.
O problema agora não é quem foi e não volta, quem esta e machuca.
É ter muito a falar para quem não quer ouvir.

sexta-feira, junho 04, 2010

Sinto-me como uma criança com três anos de idade, escondida atrás da porta da sala ouvindo conversa adulta, quando então alguém solta aquela frase que você tanto teme em ouvir, mas ai já foi, basta correr e se afundar entre travesseiros e sentir mais frio a cada infeliz lágrima que insiste em escorrer, se refugiar em abraços perdidos, encontrados em braços próprios.
Tenho planos para amanhã, e esse plano não inclui familia, não inclui amigos, não inclui amor.
Inclui apenas EU, uma mochila de roupas e um rumo, que ainda não sei qual será, e não faria sentido contar.
Exclusão é meu maior medo, e vou mata-lo amanhã mesmo, seja com faca, com arma, com a cara, vou enfrentar e fazer do meu medo minha melhor moradia, meu abrigo, meu castigo.

Funerais