quarta-feira, junho 30, 2010




Quando por fim pensamos que o capitulo avançou, alguém lhe lembra que a lauda é pesada demais para ser virada em tão curta estação.
Quanto mais perfeita a entonação maior o asco de voltar, de subir e acabar no chão, não conseguindo se segurar as tantas mãos no caminho, não por falta de força, mas sim pelo asco de se segurar em mãos erradas, e errar mais um capitulo.
Minha história é escrita à longo prazo e rasurada a cada linha, tentando alterar um romance em apuros, que ontem mesmo foi enforcado a fio de nylon por minhas mãos que hoje buscam por outro par que seja dessa vez o certo.
Encontro-me aqui esperando que a tela acenda e a voz que fale seja a mesma de exatos cinco meses e 28 dias atrás, a voz que eu me recusei ouvir, por apenas não querer colocar tristeza em mais um papel, e ter que rasurar mais uma linha. Só que dessa vez rasurei todo um capitulo de felicidade.
Deixei meus livros com meus capítulos rasurados em qualquer esquina passada, e só percebi ao chegar em casa mas dessa vez sem a alma, que se esqueceu de me acompanhar e resolveu andar com a sombra, sem arriscar serem rasuradas desse capítulo.

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